(...) Triste coisa, esta de o objecto de crença nos tornar tão frequentemente sectários e cegos relativamente aos outros. Se eu for um ortodoxo radical, todos os outros cristãos são heréticos cujo baptismo não passa de uma ligeira aspersão. Se for protestante, os católicos não compreenderam nada da mensagem bíblica e vice-versa. Se for muçulmano, sou portanto o único verdadeiro crente..., etc., etc. E mais ainda, nem vale a pena falar da rede inextrincável dos conflitos intercomunitários: já se sabe que só a hora do meu relógio dá as horas certas. Tudo isto é grave. Porque esta situação põe em perigo o conceito de Deus.(...) |