Uma reunião de textos que pretende ser uma «amostra do que fomos e do que somos. São laivos dessa cultura e respeito, que nos está no sangue, herança dos avós cristãos, árabes e judeus, da mistura. [...] O Portugal de hoje, vencidos os extremismos de séculos passados, não será muito diferente do Gharb al-Andalus de ontem. Mas há um caminho a percorrer na Europa e no mundo, para a tolerância e para o respeito, que esperamos poder inspirar. Este é um desafio de todos nós. No século XXI, século do movimento dos povos, a tolerância impõe que assumamos que as migrações e o fenómeno migratório devem influenciar as políticas públicas no sentido da solidificação de verdadeiras políticas de integração, assentes em princípios e valores humanitários. O fenómeno migratório deve ser entendido como uma oportunidade e não como um problema, nas sociedades contemporâneas.» A tolerância que transparece nos textos aqui reunidos, de D. Afonso Henriques a Saramago, passando por António Vieira, Almeida Garrett, Antero de Quental, Fernando Pessoa ou Natália Correia, entre muitos outros, «é o capitão de um país à beira mar plantado, que foi sempre o último reduto dos que eram empurrados Europa fora até onde a terra acaba e o mar começa.»
in Introdução |