Precisamos de um Deus novo.
Eu sei.
Não. Estou a falar a sério. Precisamos de um Deus novo. O Deus velho já não funciona.
O velho nunca funcionou.
Há pessoas que acham que sim.
Não estavam a ver o mundo à sua volta.
Não?
Não honestamente. Não compreensivamente. Estavam a ver só o que queriam ver.
Não estavam a ver a crueldade, a luta e a matança que estava a acontecer em nome de Deus. Não estavam a ver a separação e a opressão, o medo e a total disfunção. Ou, pior ainda, estavam a ver e a participar nisso. Estavam a usar tudo isso como meio de controlar as pessoas.
Na verdade o Deus velho, o Deus de Ontem, pode ter feito resultar algumas vidas individuais aqui e ali – talvez mesmo muitas delas – mas esse Deus nunca foi capaz de criar uma sociedade justa ou uma civilização harmoniosa e alegre, já para não dizer um mundo pacífico. E esse Deus ainda hoje não consegue fazer isso.
Ainda hoje, com todos os vossos poderes de comunicação instantânea e de conexão total e de compreensão avançada e de tecnologia sofisticada e de milagres maravilhosos, vocês não conseguem produzir a simples e humilde experiência por que a humanidade tem ansiado desde o início dos tempos.
Não conseguem produzir a paz.
Eu sei.
Não conseguem produzir alegria que perdure.
Eu sei.
E o Deus em que vocês acreditam também não consegue.
Porquê? Porquê? Porque é que todos os maiores esforços da humanidade e toda a ajuda que implorámos, e recebemos, de Deus, não conseguem produzir esses resultados?
Porque o Deus em que vocês acreditam não é real. O Deus em que vocês acreditam é inventado. É um Deus que vocês criaram a partir do nada, que não tem nada a ver com a Suprema Realidade.
Ora aí está um pensamento desafiador. É talvez a maior das blasfémias.
Todas as grandes verdades começam como blasfémias. |