A antropóloga Margaret Mead sugeriu certa vez que a monogamia é a mais complicada de todas as combinações maritais humanas. É também uma das mais raras. Mesmo casados há muito tempo, os casais fiéis são novatos em termos de monogamia, quer tenham consciência disso ou não. Ao tentarem manter uma ligação social e sexual que consiste exclusivamente num homem e numa mulher, aqueles que aspiram à monogamia vão contra algumas das mais arreigadas inclinações evolucionárias com que a biologia dotou a maior parte das criaturas, incluindo o Homo sapiens. Como veremos, há provas muito fortes de que os seres humanos não são "naturalmente" monogâmicos, assim como provas de que muitos animais, outrora tidos por monogâmicos, não o são. É certo que os seres humanos podem ser monogâmicos (e é uma questão totalmente diferente se o devem ser), mas não nos iludamos: a monogamia é rara - e difícil. Como G.K. Chesterton observou certa vez a respeito do Cristianismo, o ideal da monogamia não tem sido experimentado e considerado deficiente; em vez disso, tem sido considerado difícil e muitas vezes fica por experimentar. Ou, pelo menos, não é experimentado por muito tempo. |