Julia Cameron tem uma visão honesta e muito espirituosa da cultura da “espiritualidade”. Ao denunciar as múltiplas formas como os “peritos” deturpam a mensagem, este livro aponta os paradoxos e as contradições que têm tornado o caminho espiritual tão difícil e tão sério; ao mesmo tempo, dá-nos uma série de dicas que ajudam a aligeirar a nossa ligação quotidiana com o divino.
«(...) Quem sabe? Deus pode ser alto e bonito. Ou loura e bem feita. Alguém de quem possa mesmo gostar. Alguém com quem consiga conversar e sair para dançar salsa. Alguém que entenda as suas piadas e goste dos mesmos filmes japoneses horrorosos de monstros. A questão é que, enquanto não decidir encontrar-se com Deus, não o saberá. Se nos seus auscultadores estiver a ouvir as cassetes de “Deus é assim” das outras pessoas, das Sumidades Espirituais, pode não ver Deus disfarçado do homem do lixo simpático que leva os seus sacos a mais sem o fazer telefonar para um inferno burocrático para pedir mais um camião e um condutor. Pode não ver Deus no melro de asas encarnadas ou num seixo brilhante do rio. Pode não ver Deus, ponto final.» |